O GIGANTESCO ICBERG A68A DESPEJOU 1 TRILHÃO DE TONELADAS DE ÁGUA DOCE NO OCEANO .
O que já foi o maior iceberg do mundo por causa do aquecimento global, O gigantesco iceberg A68 despejou 1 Trilhão de toneladas de água doce no oceano durante sua vida útil. Isso de acordo com um estudo da Universidade de Leeds, do British Antarctic Survey e do Centre for Polar Observation and Modelling. O iceberg, denominado A68, rompeu na Península Antártica em 2017. Ele cobria uma área de 5.700 km quadrados, o tamanho do Distrito Federal.
Contudo os pesquisadores descobriram que o A68 perdeu mais de 152 bilhões de toneladas de água doce em apenas três meses. O derretimento foi causado pelo movimento do iceberg das águas frias da Passagem de Drake para o Mar da Escócia, que é mais quente. O A68 derreteu completamente em abril de 2021.
Para colocar isso em contexto, é cerca de 48 vezes a quantidade de água usada diariamente por todos os brasileiros (considerando-se que cada brasileiro consome 154 litros de água diariamente, totalizando cerca de 32 milhões de toneladas por dia).O A68 foi, por um curto período, o maior iceberg do mundo.
Pesquisadores atualmente estão tentando avaliar o impacto que o A68 teve no meio ambiente,
pois uma equipe liderada pela Universidade de Leeds revisou todos os dados de satélite para calcular as dimensões do gigantesco iceberg à medida que ele se deslocava para o norte da Antártida, através do Oceano Antártico e para o Atlântico Sul.
Isso permitiu que o grupo avaliasse as taxas de fusão variáveis durante os três anos e meio de existência do iceberg, um dos períodos-chave foi no final, quando o A68 se aproximou dos climas mais quentes do Território Ultramarino Britânico da Geórgia do Sul.
Por um tempo, houve temores de que o bloco gigante pudesse encalhar nas águas rasas ao redor, bloqueando as rotas de milhões de pinguins, focas e baleias,mas isso nunca aconteceu porque, como a equipe pode mostrar agora, o A68 perdeu profundidade suficiente para permanecer flutuando.
Parece que ele tocou brevemente a plataforma continental, pois quando o iceberg fez uma curva vimos um pequeno pedaço se partir, mas contudo não foi suficiente para derrubar o A68.Em abril de 2021, o A68 havia se quebrado em inúmeros pequenos fragmentos que não podiam ser rastreados. Mas contudo seus impactos no ecossistema terão uma vida muito mais longa.
Em suma os icebergs gigantes, ou de topo plano, são agora reconhecidos por terem uma influência considerável onde quer que passem, pois o derretimento desses pedaços enormes de água doce vai alterar as correntes locais. E todo o ferro, outros minerais e até matéria orgânica apanhados ao longo de suas vidas e posteriormente lançados no oceano entrarão na produção biológica.
O British Antarctic Survey conseguiu colocar alguns planadores robotizados nas proximidades do A68 para monitorar as condições antes que a massa de gelo se desfizesse totalmente. Os dados recuperados desses e de outros instrumentos, embora ainda não na sua totalidade analisados, revelam algumas características interessantes, segundo o oceanógrafo biológico Geraint Tarling.
“Achamos que há um sinal muito forte na mudança da flora das espécies de fitoplâncton em torno de A68, e também na deposição real de material nas partes mais profundas do oceano. O sensor de partículas no planador estava captando sinais muito fortes de deposição vindo do iceberg”.
Detalhes da mudança de forma e fluxos de água doce do A68 estão contidos em um artigo publicado na revista Remote Sensing of Environment.
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